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domingo, 4 de janeiro de 2009

Exortação ao Amor Fraternal – 1 Tes. 4.9-12

1. O Desenvolvimento no Amor Fraternal, na Mordomia, e no Respeito (4.9-12).

Paulo agora faz a mudança dos discursos específicos nos quais considerou a pureza sexual, para a chamada geral ao exercício e ao crescimento no “amor [ou caridade] fraternal” (philadelphia, do verbo phileo, que significa, “amar, ter afeição”). Alguns intérpretes exageraram na distinção entre agapao e phileo, afirmando que o primeiro é o tipo superior de amor que Deus demonstra, enquanto o segundo é um amor inferior sobre o qual os cristãos podem crescer. Originalmente, o termo philadelphia foi usado para o amor entre irmãos e irmãs de sangue, então foi apropriadamente emprestado pela comunidade cristã de irmãos e irmãs em Cristo.

a) Orientação paulina: A orientação de Paulo ao crescimento em suas expressões desse amor fraterno não é uma concessão por alguma incapacidade de demonstrar algo mais do que afeição, pois, na verdade, o apóstolo também usa a palavra agapao no mesmo versículo.

b) Ponto principal da mensagem paulina: O ponto principal da mensagem do apóstolo, é que a comunidade cristã deve ser caracterizada pela lealdade e pelo profundo cuidado que imita o nível do comprometimento de Deus para com eles (Jo 13.34,35). A extensão da discórdia ou da divisão que existiu na Igreja em Tessalônica não foi em grande escala. Alguns, mais provavelmente uma pequena minoria, estavam ameaçando a harmonia por serem preguiçosos (1 Ts 4.11,12; 5.14; 2 Ts 3.10) e intrometidos (2 Ts 3.11). Porém, a igreja como um todo foi caracterizada pelo amor. Paulo conhece a dinâmica dos relacionamentos, e sabe que a menos que se prestasse uma cuidadosa atenção à harmonia, a igreja estaria a um passo de um conflito generalizado. Coerentemente, incentiva os santos a se dedicarem intensamente à instrução em que foram encaminhados, na qual já estavam bastante adiantados.

2. Instruídos no Amor Fraterno

Paulo diz não haver necessidade de escrever aos tessalonicenses sobre a importância do amor fraterno e está confiante de que pode manter a discussão em um nível mínimo.

a) Instruídos por Deus: Um pequeno lembrete é tudo de que precisam nesse estágio, pois já foram bem instruídos por ele (4.1-2), e acima de tudo, foram “instruídos por Deus”. Esse conceito de ser ensinado dessa maneira, relata o cumprimento da profecia e os benefícios da promessa da nova aliança. No versículo 8 Paulo já mencionou o dom do Espírito Santo, que nos ajuda a buscarmos a santificação.

b) A realidade da nova aliança: A respeito da nova aliança, Jeremias registra que o Senhor diz: “porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração” (Jr 31.33). Semelhantemente, Isaías escreve: “E todos os tebus filhos serão discípulos do Senhor” (Is 54.13). E Jesus afirma que essas profecias são aplicáveis à nova aliança, dizendo: “E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim” (Jo 6.45).

c) Paulo reconhece seu papel nesse novo tempo: Ele é o agente da instrução de Deus — à medida que Deus o unge, o povo de Deus ouvirá os seus ensinos. O apóstolo pode se sentir seguro de que, contanto que seja um despenseiro fiel (1 Ts 2.4), Deus nutrirá e completará a obra iniciada nos convertidos (Fp 1.6).

3. A Fraternidade dos Tessalonicenses Demonstrada

A habilidade de Paulo como um líder que tem discernimento, é especialmente demonstrada no versículo 10. Em nenhum sentido se dá a impressão de que os convertidos não sejam bons o suficiente; não há qualquer tom de aspereza ou impaciência. Antes, afirma alegremente o progresso dos tessalonicenses — sua ampla demonstração de amor é testemunhada por toda a Macedônia (1.7,8).

a) Hospitalidade: É provável que esse amor tenha incluído a hospitalidade aos cristãos em viagem pela Tessalônica, uma vez que, no mundo antigo, era difícil que os viajantes conseguissem acomodações decentes, exceto pela hospitalidade de amigos... a hospitalidade foi uma virtude muito louvável e praticada pela igreja primitiva (cf. 3 Jo 5).

b) Generosidade: Outro aspecto do amor dos tessalonicenses é a generosidade. Paulo cita-os (bem como os macedônios em geral), como um exemplo para motivar os coríntios a também serem generosos no aspecto financeiro. Orgulha-se deles dizendo: “em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade... pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos” (2 Co 8.2-4). Suas ofertas eram um eloqüente testemunho de sua fé e amor.

4. A Fraternidade dos Tessalonicenses Demonstrada

Paulo não somente afirma seu progresso nas demonstrações de amor, também os incentiva dizendo: “continueis a progredir cada vez mais”. Novamente usa o verbo perisseuo (“abundar”; veja 4.1); e o quadro que devemos ver aqui não é a frenética luta por um objetivo inatingível. Freqüentemente, alguns cristãos se sentem tristes e incompetentes, culpados, nunca suficientemente bons apesar de seus esforços, como se alcançar à perfeição fosse a única realização importante aos olhos de Deus. O que importa é que por meio da ajuda de nosso aliado, o Espírito Santo, podemos abundar em amor; isto é, nossas vidas precisam ser caracterizadas pela crescente tendência a amar (2 Pe 1.8), em oposição à atitude de retirar-se para o egocentrismo. Paulo está preocupado que os santos possam se considerar erroneamente satisfeitos com seu estilo de vida, tornando-se, desse modo, negligentes — um mal que pode acercar-se sem ser percebido. As palavras positivas de exortação são o estímulo eficaz de Paulo para o crescimento.
Por
Pr. Marco Tsushya

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