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segunda-feira, 18 de maio de 2009

É preciso estudar teologia?

Por Pr. Marco Tsushya
Bacharel em Teologia


A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE TEOLOGIA O Termo teologia, segundo seus aspectos etimológicos, é composto de duas palavras gregas: Theos (Deus) e logos (palavra, fala, expressão). Tanto Cristo, a Palavra Viva, como a Bíblia, a Palavra Escrita, são o logos de Deus. Eles são para Deus o que a expressão é para o pensamento e o que a fala é para a razão. A Teologia é o estudo sobre a revelação de Deus que é expressão dos seus pensamentos e, logo, é também, o estudo sobre Sua própria Pessoa. Portanto teologia é o estudo sobre Deus, sua obra e sua revelação. A Palavra de Deus fala em I Cor 12,1, que: “Irmãos, quanto aos dons espirituais, não quero que vocês sejam ignorantes.” Cada cristão também recebe um dom da Graça em particular para o benefício da Igreja. O magistério, a arte de ensinar (e também de aprender) faz parte do plano de Deus para a sua Igreja. Deus não quer ver ninguém ignorante, por isto existe o professor. Deus, através dos nossos educadores nos ensinou tantas coisas bonitas. Pense bem, nos ensinou a falar, a andar, a ler e a escrever, a adora-lo, a participar da vida da igreja e também quer que seus filhos aprendam melhor a sua Palavra. Precisamos corrigir os nossos próprios erros e resolver os nossos próprios problemas antes de tentar corrigir erros ou problemas nos outros, ou seja, precisamos ter uma sólida formação na palavra de Deus para podermos ajudar os irmãos que necessitam de nós. Se a nossa formação for deficitária, o que é que estaremos pregando para o povo, não seremos cegos guiando outros cegos? Por isso é preciso estudar. O grande líder que os hebreus tiveram quando do retorno da Babilônia, foi Esdras. Em Esdras 7, 5b-6, diz: “…este Esdras subiu da Babilônia. Ele era escriba versado na Lei de Moisés, dada pelo Senhor, Deus de Israel.” Nem no cativeiro a Palavra de Deus deixou de ser estudada. Como ouvinte e praticante da Palavra, além de escriba, mestre na Lei de Deus, o objetivo de Esdras era ensinar outros a fazerem o mesmo, ou seja, a se aprimorar na Palavra de Deus, conforme Tiago1, 22, que diz: (NVI) “Sejam praticantes da Palavra e não apenas ouvintes, enganado a si mesmo.” Uma das maiores aberrações que ouvimos constantemente é que não se estuda teologia porque “a letra mata”. Quando o apóstolo Paulo afirma em 2 Coríntios 3:6 que a letra mata, ele se referia a LETRA DA LEI, que os judeus queriam viver. Basta ler todo o texto para compreender o que Paulo diz. A letra da palavra de Deus jamais poderia “matar” um cristão. O próprio Jesus ensinou: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e säo elas que de mim testificam”. (João 5:39). As Escrituras Deus sempre quis se revelar ao homem. Quando estudamos a Palavra de Deus, vemos Deus se mostrando de diversas maneiras ao homem: “Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!” (Salmos 8:1) “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.”(Salmos 19:1) “Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; seja a tua glória sobre toda a terra.” (Salmos 57:5) As revelações de Deus aconteceram de diversas maneiras: pela natureza, pelos profetas, através de visões, revelações e profecias e pela “palavra escrita”, as Sagradas Escrituras e através de Jesus, a “Palavra Viva”. Sobre Jesus, a Palavra Viva, O autor da carta aos hebreus escreve: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” (Hebreus 1.1 e 2) O conhecimento das verdades bíblicas fundamentais é uma necessidade para a vida de qualquer cristão. A falta de conhecimento destas verdades foi apontada pelo autor da epístola aos hebreus como um dos motivos pelos quais aqueles crentes corriam o risco de apostatar da fé (Hb.5:12-6:2), numa repetição do que já havia afirmado o profeta Oséias, que denunciou que o motivo da destruição do reino do norte, o reino de Israel, se deu pela falta que o povo tinha de conhecimento das coisas de Deus (Os.4:6). A Bíblia é a bússola do cristão na sua vida cristã e no trabalho do Senhor. Sem ela o cristão não consegue se nortear, se orientar nas diversas áreas de sua vida cristã. E para sermos dirigidas por ela precisamos lê-la sempre. “Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.” (1 João 2:5) Quando nos dedicamos a ler mais a Palavra de Deus,o agir do Espírito Santo em nós é muito mais intenso, pois o meditar da palavra enriquece a nossa vida espiritual (Salmos 1.2 e 3 e Ef 1.17) e a Palavra é o canal direto para o Espírito Santo agir com toda liberdade em nós. A Palavra de Deus é o alimento espiritual do cristão. Ela nos sustenta e dá crescimento espiritual às nossas vidas (1 Pe 2.2, Mt 4.4, Jr 15.16). Observe que uma das grandes causas de doença no mundo é a má alimentação, ou em alguns casos, a desnutrição. Na vida espiritual, o que nos nutre é a Palavra de Deus. Quando nossa alma está doente, precisamos nos alimentar com a Palavra. Acerca da relevância da Religião, certa vez respondi assim: O que é religião? “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Mateus 4:4 No texto bíblico em referência, Jesus nos mostra a consideração de que os homens não tem apenas de alimentar o corpo físico. O vocábulo português “religião”é oriundo do latim religare, que significa “religar”, “atar”. Religião é um sistema qualquer de idéias, de fé e de culto, como o caso da fé cristã. Religião é o reconhecimento da existência de algum poder superior, sensível; é uma atitude de reverente dependência a esse poder na conduta da vida; e manifesta-se por meio de atos especiais, como ritos, orações, atos de misericórdia, etc. Em sua famosa canção, “Imagine”, o célebre cantor e compositor John Lennon nos convida a imaginar um mundo ideal, sem coisas ruins (entre as quais ele destaca as religiões), propõe um mundo em que as pessoas pudessem viver em paz e sugere a religião como fonte incentivadora das guerras. Em verdade, não há como negar que o abuso das atitudes religiosas produziram sangrentas guerras entre nós. Entretanto, temos de ponderar que as guerras não nasceram de convicções religiosas, mas, sim, do comportamento errado diante delas, o que é diferente. Se os homens são tão ímpios com religião, o que seriam sem ela? “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?” (Jo 14.9, NVI). Essas palavras de Jesus revelam a possibilidade de estar com Cristo sem conhecê-lo. Por isso recebemos diretamente de Jesus a Grande Comissão, Evangelho de Mateus 28, 19-20, que diz: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” Uma ordem direta de Jesus é para ensinarmos a Palavra, o Evangelho a todas as pessoas de todas as nações, mas para isso é necessário que nos preparemos muito bem primeiro através do estudo.

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